Tenho uma vida bonitinha.
Direitinha, não perfeitinha.
Tenho o que quero ter e tenho plena consciência das minhas escolhas. Gosto do que faço - na medida do possível. Mas acho que quem diz que ama o que faz e que nunca tem problemas é absurdamente mentiroso.
Porém... sempre me parece que falta algo. Não sei definir. Não sei de onde vem. Mas sempre falta.
A sensação é que a plenitude está ali, pode ser quase tocada. Quase conquistada. Me parece que vivo nesse limiar do quase.
E pensa que é fácil? Pois depois ainda se complica mais. Porque junta a essa sensação do QUASE as conjecturas do SE - o que é deveras pior, visto que se o QUASE, quem sabe, um dia se supera, o SE traz consigo a certeza de que o passado nunca poderá ser alterado. E pronto. Mais insatisfação toma conta de mim e eu quero suplantá-la das formas mais terríveis possíveis.
E é aí que o barraco desaba.
Porque nunca se tem a perfeição e eu sei disso. Mas ao fazer tudo ao contrário do que eu espero e do que sei que sou capaz, entro num buraco negro, num redemoinho de ideias... E, de repente, me perdi. Saí do eixo, esqueci o principal. E pronto, tudo vai ao chão e eu não sei como recomeçar.
Mas ainda há a cereja do bolo: ninguém sabe como me sinto. Ninguém sabe quem sou e o que sinto na realidade. E eu tenho que trabalhar tudo por aqui. Eu e a 5 outras que sou. Essa festa ou discussão interna que nunca cessa, que nunca deixa de ser.
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