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Mostrando postagens de fevereiro 17, 2008

[Sonata aos de fora]

E dentro do silêncio há o impensável, O inevitável, O que se busca com a mesma força que se evita E dentro se imagina que não há mais mundo lá for a Que a coerência é pessoal demais para ser considerada regra Que a vida é pouco para quem quer muito E se fico aqui dentro É que o que está for a não me completa, Não me traduz, Não me refaz Porque me são necessárias as noites de mais completo silêncio, Porque não me sufocam os dias de paz Tenho essa necessidade inerente de ser eu mesma E não ter que pedir permissão aos demais.     E há dentro tudo que evito E dentro estão as minhas ilusões E aqui vivem os meus sonhos E não há decepções     E se vivo te dizendo Não tenha medo, porque sei o que faço, Não pense que é mera ironia ou blefe Eu não me arrependo, não me desculpo. Sei que mereço Não renego E realmente só me entendo Quando me tranco aqui dentro.

Ai de mim

    [porque há momentos na vida que a gente pára de achar que se é possível ser tudo na mesma hora, ter tudo ao mesmo tempo...]     Ai de mim Que de mim não tenho pena Que acredito que realmente Não tenho destino mais triste Além de seguir pelo meu caminho.     Ai de mim Que vivo esse não sei o quê Que tenho medo da próxima curva E finjo não ver que perco o meu tempo Sendo o que sempre vou ser.     Ai de mim Que tenho essa vontade angustiante Essa coisa de correr e não seguir De perder o fôlego à toa. De envelhecer e jamais crescer.     Pobre de mim Que cheguei ao extremo de sentir lástima. Muita lástima. Ai de mim.