Postagens

Mostrando postagens de fevereiro 25, 2007

[Tristeza]

Sim, eu estou triste. E que se danem todos aqueles que defendem que a porra do sofrimento é opcional. Não é. Nunca foi. É algo pulsante que eu estou pra lá de cansada de esconder. Nem é de tentar esconder, porque eu escondo realmente muito bem. Daquela forma que ninguém jamais seria capaz de me dizer "triste". Na verdade, o mundo que eu conheço classifica a tristeza quase como uma doença. Um câncer. AIDS. Aquela coisa terrível. E pior. Como eu, logo eu, posso ser triste? Como eu, logo eu, posso querer dizer que o mundo não é um lugar legal? Pois eu estou triste. E gritar isso aqui é a minha válvula de escape. No momento, a minha tristeza é por ser tão estúpida, tão idiota, tão burra, ao ponto de deixar me enganar. De deixar me levar. De pensar que seria diferente e que não, eu não seria colocada de lado. Claro, é óbvio. Há homem envolvido em tamanha tristeza e revolta. Porque, no final, sempre tem. Acho que é porque em todos os meus Mapas Astrais e afins deu que eu nunca seri...
E a gente sempre faz coisas que não devemos fazer. Lógico. Isso é a quase um pré-requisito para que sejamos considerados parte integrante da raça humana. E eu - na minha eterna busca de me mostrar humana - vivo fazendo merdas. Uma delas é entrar em orkut de pessoas que já estão pra lá de mortas e enterradas. Sei lá, humor negro mesmo. E não é que numa dessas minhas incursões vejo um scrap de uma filhadaputa sem vida social ativa e sem sexo de qualidade no orkut do meu ex namorado no qual ela elogiava a namorada nova dele (que é quase uma porta, diga-se de passagem) e me depreciava. Não tenho o menor problema que a puta arrombada (que foi tão arrombada que acabou virando lésbica...) elogie quem ela queira. A merda é a filha da puta me xingar! E ainda estar no meu orkut também! A vontade foi de ir escrachar o verbo em cima daquele estranho ser sem nenhum gosto pra se vestir... mas me segurei! Não me levaria a lugar nenhum. A garota mal, estudou numa faculdade de merda, não tem emprego,...

Análise

Ontem foi dia de análise. Encarei o que sempre tive medo de encarar. Mentira, não é bem medo a palavra. Digamos que há coisas que prefiro simplesmente não encarar. E ontem, sem me dar conta, me dei de cara com elas. Hey. Aquela era eu. Não esse ser que eu tento passar para todo mundo. E a minha terapeuta me perguntou exatamente até quando eu pretendia jogar tudo pra debaixo do tapete e fingir que o mundo é totalmente maravilhoso e que nada me afeta. Pergunta muito pertinente, eu sei. Ainda mais porque eu já joguei tanta coisa pra debaixo do tapete que quase não me aguento mais. E ontem foi o dia de mostrar o que está lá debaixo. Essa agonia que não me deixa. Essa vontade de sumir. Porque eu não sou simplesmente esta que ri a todo o momento - e que ninguém crê que tem problemas. E ontem a minha terapeuta - após 2 meses - se deparou com isso. Não sei, mas algo me diz que não esperava. Sempre escutei que a pior parte da terapia era o começo. Pois eu passei o começo. E é agora que começa a...

... tenho a estranha sensação...

... de que todos os meus passos estão sendo vigiados. Tudo. Se eu viro pra esquerda, viram também para ver o que eu vejo. Se eu viro pra direita, lá está a cabeça virando também, para tentar ver com os meus olhos. Se eu paro para ler, quer descobrir qual é o livro, para ler também. Se eu tento um vôo livre diferente... lá está a sombra querendo voar... Não é estressante, mas é deveras psicótico... Como naquele filme que a mulher quer roubar a vida da outra, me entendem?

Interessante...

... como as pessoas acham de verdade que nos conhecem. Como podem ter tamanha certeza se nem tão no fundo assim nos conhecemos por inteiro? Como podem crer tão firmemente que sabem os passos que vamos dar, o que vamos falar, o que nos agride e o que nos alegra, se sequer eles mesmos sabem por completo essas informações sobre a sua própria vida? Cansei desse tipo de julgamento - sobretudo porque o evito ao máximo. Não quero saber muito bem o que fulano ou sicrano vai fazer. Eu só observo. E espero. Claro, não sou idiota e me previno pelo mal que possa vir. Mas julgar? Colocar numa cruz? Rechazar porque juro que já sei como será? Não mesmo, nunca jamais.

Me foi perguntado...

... por que eu escondia tantas coisas embaixo do tapete. E por que me faltava coragem para ver que sim, as minhas dores e meus problemas mereciam atenção. E eu me emudeci.