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Mostrando postagens de junho 8, 2008

Miragem

Você esquece, Perdoa, Vira a página, Engole, Dissimula, Agüenta, Um coração partido? Você é capaz De dizer que a vida vai bem, Obrigado, Que tudo são flores E que nada machuca Àqueles que te deixaram? Você sabe reconhecer Se foi realmente amor, Se foi desespero, Se foi vicio, Ou simplesmente tédio? Então não me diga, Por favor, não me diga, Que tudo tem um motivo, Que sempre há um porém. Que certos amores não são eternos E não me chame de meu bem. Não me peça desculpas, Quando te peço explicações. Você é capaz, De dizer que não amou, Que não sofreu, Que esqueceu, Que a fila andou, Que tudo viveu E nada ficou? Porque nem tudo é miragem, Porque no final sempre alguma coisa permanece, Porque sempre existe essa necessidade suprema De ser alguém E ser de alguém Só se lembre o quanto você fez sofrer A quem te quis tão bem
E ela se dizia cansada. Sei, cansada. Como me incomodava tantos verbos conjugados na primeira pessoa do singular. Em tudo havia um EU. Eu espero... Eu quero... Eu procuro... Eu estou tão cansada. E eu não queria mais ouvi-la, segui-la, pajeá-la. Queria simplesmente que ela parasse de falar sobre ela, sobre seu cansaço, sobre seus tormentos.... Queria ser apenas eu e nada mais.