13 de maio de 2013

Estive aqui.
Por todo este tempo.
Mas a sensação clara é de que o tempo não passou.

Parece-me que dormi por cinco minutos.
E só.
Um pequeno cochilo.

E passou-se uma vida.

2 de novembro de 2011

Daquilo que me falta

Sou alguém que não guarda rancores. 
Se não guardo nem dinheiro o como o faria com rancores?

Mas tenho uma imaginação deveras fértil. Faço histórias inteiras, modifico finais e releio contextos. Mudo cenas, crio novos ângulos, altero falas.

Refaço vidas.
Refaço histórias.

Pois, não guardo rancores. Mas essas revisitações, essas releituras...Ah... Como me seria bom e interessante menos imaginação e mais pesares!

Porque chega um momento que não sei mais o que é verdadeiramente ficção e o que é verdade - misturo meus sentimentos com os que inventei, em cima de mentiras e suposições que me criei. São só criações, nada além disso. Só que... chega a um ponto que criação e criador se mesclam, se unem e... acá estou eu. 

Então, eu fico revendo cenas de quase 20 anos. E relembrando e querendo. Querendo o que não posso ter. Não, não há como pensar "ah, ainda há tempo". Não, não há. Eu sei disso, eu assumo isso. Tudo a seu tempo. Tudo a sua hora. Pois então, foi-se.

Meu mundo imaginário é tão perfeito, tão querido, tão meu... Como me dói ter que sair dele, ter que encarar certos aspectos da minha vida com os quais não concordo.

Daí escuto uma vozinha que diz "larga, tudo, você não precisa". Pois sim. Que eu não precise. Mas eu consigo criar formas de me prender, de fazer com que eu fique mais eu mais presa a algo que, aparentemente, não preciso.

Pois preciso.
E não, eu não posso querer coisas que já não me são minhas há tanto tempo.
Eu sei disso.
Racionalmente eu sei disso.

Mas a vontade de fugir, assumo, não é racional.

E fico assim, fico aqui. 
Nessa angústia que não me mata, é bem verdade, mas que me impede de viver.

22 de setembro de 2011

Daquilo que sou

Tenho uma vida bonitinha.
Direitinha, não perfeitinha.
Tenho o que quero ter e tenho plena consciência das minhas escolhas. Gosto do que faço - na medida do possível. Mas acho que quem diz que ama o que faz e que nunca tem problemas é absurdamente mentiroso.

Porém... sempre me parece que falta algo.  Não sei definir. Não sei de onde vem. Mas sempre falta. 

A sensação é que a plenitude está ali, pode ser quase tocada. Quase conquistada. Me parece que vivo nesse limiar do quase.


E pensa que é fácil? Pois depois ainda se complica mais. Porque junta a essa sensação do QUASE as conjecturas do SE - o que é deveras pior, visto que se o QUASE, quem sabe, um dia se supera, o SE traz consigo a certeza de que o passado nunca poderá ser alterado. E pronto. Mais insatisfação toma conta de mim e eu quero suplantá-la das formas mais terríveis possíveis. 

E é aí que o barraco desaba.

Porque nunca se tem a perfeição e eu sei disso. Mas ao fazer tudo ao contrário do que eu espero e do que sei que sou capaz, entro num buraco negro, num redemoinho de ideias... E, de repente, me perdi. Saí do eixo, esqueci o principal. E pronto, tudo vai ao chão e eu não sei como recomeçar.

Mas ainda há a cereja do bolo: ninguém sabe como me sinto. Ninguém sabe quem sou e o que sinto na realidade. E eu tenho que trabalhar tudo por aqui. Eu e a 5 outras que sou. Essa festa ou discussão interna que nunca cessa, que nunca deixa de ser.

5 de agosto de 2011

Quer saber...

... o pior da minha profissão?

Ter que lidar com os imbecis de carteirinha.

Bem, na verdade, isso é o pior da vida, né. Porque, fala sério, imbecis são uma raça que não corre mesmo o risco de extinção. Como se reprocriam rápido.

Mas no trabalho, eu tô lá e tenho que fazer cara de paisagem, com infeliz achando "haha pô, tô sacaneando a professora" e eu só pensando "caralho, que vergonha alheia tenho de você e que pena tenho dos seus pais".

Mas, enfim.
Vida que segue.

17 de julho de 2011

preciso voltar só para não me esquecer de quem sou, para me perdoar pelas falhas e relembrar o que fiz e porquê o fiz. não me arrependo - mas também tenho que me lembrar disso. tenho medo, porque nunca sei o que realmente virá. tenho aquela sensação de que falta algo - e nunca se torna suficientemente sólido para que eu identifique do que se trata. sempre espero - espero aquilo que eu não sei muito bem do que se trata, não sei colocar em palavras, para parece-me que está sempre depois da próxima curva. o que fazer? como seguir? o que esperar? não tenho medo. tenho ansiedade.

9 de maio de 2011

Então, vai-se mais um pouco.

E tudo segue, é bem verdade.
E cá estou eu, vivendo um dia de cada vez, mas repetindo os mesmos erros. Parece que é de propósito.

Acho que é por causa dessa coisa de auto-destruição.

Não sei e não quero pensar sobre isso agora.