preciso voltar só para não me esquecer de quem sou, para me perdoar pelas falhas e relembrar o que fiz e porquê o fiz. não me arrependo - mas também tenho que me lembrar disso. tenho medo, porque nunca sei o que realmente virá. tenho aquela sensação de que falta algo - e nunca se torna suficientemente sólido para que eu identifique do que se trata. sempre espero - espero aquilo que eu não sei muito bem do que se trata, não sei colocar em palavras, para parece-me que está sempre depois da próxima curva. o que fazer? como seguir? o que esperar? não tenho medo. tenho ansiedade.
Daquilo que me falta
Sou alguém que não guarda rancores. Se não guardo nem dinheiro o como o faria com rancores? Mas tenho uma imaginação deveras fértil. Faço histórias inteiras, modifico finais e releio contextos. Mudo cenas, crio novos ângulos, altero falas. Refaço vidas. Refaço histórias. Pois, não guardo rancores. Mas essas revisitações, essas releituras...Ah... Como me seria bom e interessante menos imaginação e mais pesares! Porque chega um momento que não sei mais o que é verdadeiramente ficção e o que é verdade - misturo meus sentimentos com os que inventei, em cima de mentiras e suposições que me criei. São só criações, nada além disso. Só que... chega a um ponto que criação e criador se mesclam, se unem e... acá estou eu. Então, eu fico revendo cenas de quase 20 anos. E relembrando e querendo. Querendo o que não posso ter. Não, não há como pensar "ah, ainda há tempo". Não, não há. Eu sei disso, eu assumo isso. Tudo a seu tempo. Tudo a sua hora. Pois então, foi...
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