Como encarar a morte
De longe Quatro bem-te-vis levam nos bicos o batel de ouro e lápis-lazúli, e pousando-o sobre uma acácia cantam o canto costumeiro. O barco lá fica banhado de brisa aveludada, açúcar, e os bem-te-vis, já esquecidos de perpassar, dormem no espaço. À meia distância Claridade infusa na sombra, treva implícita na claridade? Quem ousa dizer o que viu, se não viu a não ser em sonho? Mas insones tornamos a vê-lo e um vago arrepio vara a mais íntima pele do homem. A superfície jaz tranqüila. De lado Sente-se já, não a figura, passos na areia, pés incertos, avançando e deixando ver um certo cógifo de sandálias. Salvo rosto ou contorno explícito, como saber que nos procura o viajante sem identidade? Algum ponto em nós se recusa. De dentro Agora não se esconde mais. Apresenta-se, corpo inteiro, se merece nome de corpo o gás de um estado indefinível. Seu interior mostra-se aberto. Promete riquezas, prêmios, mas eis que falta curiosidade, e todo ferrão de desejo. Sem vista Singular, sentir não sent...