18 de dezembro de 2008

De repente, deu-se conta dos erros. Dos deslizes. E que todos os seus piores medos haviam saltado para a vida real. E que não havia feito absolutamente nada para deter a avalanche. Pior: havia se sentado a beirada da estrada e fingido que tudo estava perfeitamente em ordem. Como se nada estivesse fora dos planos. Como se a bola de neve não se aproximasse.
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E ela sentia um ódio absurdo. Sentia que ele tomava conta de todo o seu corpo, o sentia correr pelas suas veias, como se ele realmente tivesse corpo, consistência. 
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E não lhe fazia bem.
Porque era a hora de olhar para o espelho e ver que não era a perfeitinha, que não adiantava a força do pensamento. As coisas não mudavam simplesmente com o "querer". Esquecera a parte da luta, a parte do correr atrás.
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E depois de 10 anos estava no mesmo ponto. Como se tivesse dormido por 10 anos e, enquanto isso, o mundo tivesse desabado a sua volta. E agora - só agora - ela acordasse. 
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E sentia que não havia mais solução. Que fora longe demais no desleixo, no abandono do que era necessário. Se sentia sozinha. Sozinha como nunca estivera. Não simplesmente um isolamento do mundo, como se os outros não se importassem. Sentia um vazio na alma, como se sua alma tivesse partido. Como se nada mais importasse. 
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Porque havia renegado demais, fingido demais, se negligenciado demais. 

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