... o pior da minha profissão? Ter que lidar com os imbecis de carteirinha. Bem, na verdade, isso é o pior da vida, né. Porque, fala sério, imbecis são uma raça que não corre mesmo o risco de extinção. Como se reprocriam rápido. Mas no trabalho, eu tô lá e tenho que fazer cara de paisagem, com infeliz achando "haha pô, tô sacaneando a professora" e eu só pensando "caralho, que vergonha alheia tenho de você e que pena tenho dos seus pais" . Mas, enfim. Vida que segue.
Sou alguém que não guarda rancores. Se não guardo nem dinheiro o como o faria com rancores? Mas tenho uma imaginação deveras fértil. Faço histórias inteiras, modifico finais e releio contextos. Mudo cenas, crio novos ângulos, altero falas. Refaço vidas. Refaço histórias. Pois, não guardo rancores. Mas essas revisitações, essas releituras...Ah... Como me seria bom e interessante menos imaginação e mais pesares! Porque chega um momento que não sei mais o que é verdadeiramente ficção e o que é verdade - misturo meus sentimentos com os que inventei, em cima de mentiras e suposições que me criei. São só criações, nada além disso. Só que... chega a um ponto que criação e criador se mesclam, se unem e... acá estou eu. Então, eu fico revendo cenas de quase 20 anos. E relembrando e querendo. Querendo o que não posso ter. Não, não há como pensar "ah, ainda há tempo". Não, não há. Eu sei disso, eu assumo isso. Tudo a seu tempo. Tudo a sua hora. Pois então, foi...
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