Ontem achei minhas poesias. Antigas. Bem antigas. Da época que eu realmente escrevia como hábito. Quando eu tinha sonhos. Quando eu achava que as coisas eram mais fáceis. Mentira essa última frase. Nunca pensei que as coisas poderiam ser mais fáceis. Essa é uma das minhas características que acredito serem meu eixo: nunca penso que as coisas podem me ser fáceis. Fantasio que serão. Mas sei da impossibilidade. Tudo que eu quero deve ser conseguido no último momento, de forma inesperada ou com altas doses de paciência. E isso tudo vai totalmente contra a minha natureza impulsiva. Bem, depois de um certo tempo não é mais tão impulsiva. Simplesmente, não tem como mantê-la dessa forma. Porque para se chegar aonde (ou onde? nunca sei!) cheguei, é preciso saber mudar. Saber que nem sempre é possível ser ferro e fogo. Mas ainda me aflige não ter tudo o que quero no momento e da maneira que quero. Eu sei. Isso é infantilidade. Mas maior infantilidade seria negar essa faceta minha...

E eu achei as minhas poesias - pensava que isso nunca aconteceria porque o disquete pifou... E eu não tinha a menor idéia de que havia guardado o fichário onde elas se encontram. Como são as coisas... Eu sou capaz de guardar notinha de Mc Donald's por séculos a fio e não saberia guardar as minhas poesias...

O interessante é que elas reapareceram quando penso em reorganizar as minhas pastas, os meus papéis, a minha vida... Como quase se fosse um sinal... Mostrando que podemos ir muito longe, podemos fazer planos realidade, mas sempre, sempre seremos a mesma essência, seremos aquela luz pequenininha que em algum momento esteve totalmente perdida... Reencontrar certos passados me mostra que certas coisas são sempre as mesmas... Sempre estão aqui e sempre fazem com que eu volte. E o melhor de tudo é não achar isso ruim. Não pensar que isso me diminui ou me menospreza. Somos o que somos... Melhoramos o que devemos melhorar... E cuidamos para não cair nos mesmos vícios.



Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho

Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim

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