Bem-vindos...

[Com autorização de Danila]

Ela não se sentia bem.
Há muito não se sentia bem, era bem verdade. Pensava nisso enquanto olhava o Aterro do Flamengo sob o sol de domingo. Pensava muito sobre muitas coisas nos últimos tempos. E ver que não se sentia bem era algo que não lhe soava agradável. Porque fingia que sim, que tudo estava muito bem. E já passava a odiar a palavra "bem" por causa do número de vezes que a repetia.

Sabia o que tinha que fazer. Mas não tinha vontade alguma. Chegava a hora, aquela hora que ela vivia postergando. Mais uma dia, mais uma noite. O que que tem? Vamos levando. Não era assim que todos faziam, em todos os momentos? Porém, porque nela a sensação de estar fora do contexto era algo tão forte? Por que - com ela, e sempre com ela, e só com ela - as coisas sempre pareciam mais duras, mais penosas, mais dolorosas?

Não estava bem.
E ela sabia.
Afinal, aquela paisagem sempre a acalmava. Entretanto, não a acalmava. Na verdade, a angustiava. Total e completamente.

Queria sumir.
Era isso.
Era só isso e mais nada.
Pensava nisso com muito mais freqüência - aumentava gradativamente, até não caber mais nada em seus pensamentos.

E agora, me olhava e perguntava: O que fazer?

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