Às vezes eu quero chorar
Mas o dia nasce e eu esqueço
Meus olhos se escondem
Onde explodem paixões
E tudo que eu posso te dar
É solidão com vista p'ro mar
Ou outra coisa p'rá lembrar

Podemos fingir tudo o que queremos. Podemos, dessa forma, ser o que quisermos e bem entendermos. No final das contas, ninguém perde muito tempo prestando atenção mesmo. Ninguém se preocupa com o que é real ou invenção. O que interessa mesmo é o que lhes agrada. Entretanto, em alguma altura do enredo, queremos ser para alguém o que só somos para nós. Não há nada pré-determinado. Não se escolhe o eleito. Não sei, sequer, se está relacionado a amor ou algo assim. É, simplesmente, uma vontade de deixar a máscara cair e ser quem somos realmente.

Às vezes eu quero demais
E eu nunca sei se eu mereço
Os quartos escuros pulsam
E pedem por nós
E tudo que eu posso te dar
É solidão com vista p'ro mar
Ou outra coisa p'rá lembrar
Se você quiser eu posso tentar mas
Eu não sei dançar
Tão devagar p'rá te acompanhar

Eu nunca quis isso. Sempre gostei das coisas como elas estão - bem pensadas, bem dispostas, bem vistas e jamais conhecidas. Verdade que me perdi de mim mesma por um tempo e como levei o personagem pra cama e o erro foi fatal. Porém acordei a tempo. Só eu sei o que quero realmente e até aonde posso ir. Não, isso não é uma lamentação. É um fato. Não sou dada a essas coisas de melindres, de jogos ou meia-luz. Sempre dei a verdade - porque sempre quis a verdade. Mentiras não me caem bem, seja de qual estilo seja, seja de qual tamanho seja. Não há meio-termos em muitas coisas. Na verdade, meio-termo é expressão criada por covardes, por aqueles que não são capazes de admitir seus desejos - porque, no final das contas, é muito mais cristão admitir os erros.

... e os dias estão cinzentos...

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